Queima do Alho
A queima do alho é tradição na Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos. Trata-se de um concurso culinário em que o vencedor é o cozinheiro que prepara a melhor refeição à moda dos tropeiros, no menor espaço de tempo. O prato é composto de arroz carreteiro, feijão gordo, paçoca de carne e churrasco. A comida é feita em fogão improvisado, bem próximo ao chão. O concurso é realizado sempre no segundo sábado da Festa, apenas para convidados e imprensa.
Catira
A catira faz parte do folclore da Festa. A primeira apresentação da dança, em Barretos, foi na década de 50, na praça Francisco Barreto. Tipicamente brasileira, a catira tem suas raízes em Goiás, norte de Minas e interior de São Paulo. A coreografia é executada em sua maioria por homens - lavradores, boiadeiros e comerciários e é formada por seis a dez componentes, mais uma dupla de violeiros, que tocam e cantam a moda. Durante a dança, os violeiros ficam frente a frente. Os demais participantes executam a coreografia em que realçam o bate-pé e o palmeado. O Clube possui o grupo de catira Os Independentes, composto por 8 catireiros.
Concurso do Berrante
O Berrante é um instrumento feito de chifre de boi e detalhes em couro. Utilizado pelos peões de boiadeiro. Ele emite sons agudos e graves, e cada toque é uma senha avisando a hora do almoço, o toque de recolher, toque de perigo e orienta o sinueiro (boi que comanda a boiada, boi experiente, esperto). Hoje, embora nem tanto utilizado para esta finalidade, o berrante ainda encanta os turistas e visitantes da festa. Conseguir tirar um belo som do berrante exige muita habilidade do berranteiro. Anualmente é realizado o Concurso do Berrante que elege e homenageia os melhores berranteiros do país. A exemplo da Queima do Alho o Concurso do Berrante é realizado sempre no segundo sábado da Festa, no Ponto de Pouso, que acontece junto com a Queima do Alho.
Violeira Rose Abrão
A Violeira surgiu há 19 anos como um incentivo aos violeiros anônimos que se apresentavam em diversos locais da Festa do Peão de Boiadeiro. Sensibilizados com o crescimento e aceitação da cultura popular, especificamente a "Caipira", Os Independentes resolveram criar um Festival de Moda de Viola com a finalidade de descobrir novos valores para este segmento musical. Como resultado do bom trabalho realizado a Violeira consegue hoje mobilizar compositores profissionais a participarem do evento. Segundo a opinião de grandes compositores como Tião Carreiro, João Pacífico e Lourival dos Santos, a Violeira é um festival de alto nível e vem melhorando a cada ano.
O Parque do Peão
Inaugurado em 1985, o Parque do Peão é um espaço único no Brasil. Um local especialmente concebido para abrigar a maior Festa de Rodeio do mundo, e que a cada ano ganha novas atrações.
Localização: Rodovia Brigadeiro Faria Lima, km 428
Área: 1,3 milhões de metros quadrados
Capacidade da arena: 35.000 pessoas sentadas
Projeto arena: Oscar Niemeyer
Estacionamento: 121.000 metros quadrados
Estacionamento de ônibus de turismo: capacidade para cerca de 1000 ônibus por dia
Camping: 21.000 metros quadrados
Ponto de Pouso: 1.500 metros quadrados instalados em uma reserva florestal de 24.200 metros quadrados
Rancho do Peãozinho: 30.000 metros quadrados de área útil
Berrantão: Pavilhão coberto de 1.800 metros quadrados
Banheiros: 330 fixos, sendo 10 para deficientes
Telefones públicos: Espalhados por todas as "ruas" do Parque
Atendimento médico: Unimed, com infra-estrutura para realizar até pequenas cirurgias.
Atendimento dentário: Uniodonto
Atrações do Parque do Peão
Estádio de Rodeio; projetado por Oscar Niemeyer, acomoda 35 mil pessoas sentadas. É o palco de realização dos circuitos de rodeios e do Barretos International Rodeo, além de abrigar os megas shows.
Ranchos Típicos; propriedades particulares instaladas dentro do Parque do Peão, apresentam projetos arquitetônicos originais e que reproduzem características de construções da região barretense. São utilizados durante o ano todo para vários tipos de eventos.
Ponto de Pouso (Queima do Alho); reproduz o ambiente usado pelos peões para o descanso e pernoite, com construções rústicas que recriam o clima sertanejo. No Ponto de Pouso da comitiva é servido o almoço, tendo como cardápio a Queima do Alho, culinária típica boiadeira cujo cardápio é constituído de feijão gordo, arroz carreteiro, paçoca de pilão e churrasco feito na chapa, além dos vários condimentos típicos, como o próprio alho.
Feira Comercial; local onde são instalados os estandes das empresas patrocinadoras e expositoras do evento. Ali acontecem de grandes a pequenos negócios, entre venda de produtos diretamente ao consumidor ou divulgação de marcas. Cada estande prepara suas próprias atrações, enriquecendo ainda mais o espetáculo para o público que circula pela feira.
Berrantão; único salão climatizado para realização de eventos de médio porte durante o ano e, especialmente na Festa, é utilizado para os bailes, shows folclóricos e apresentações artísticas variadas.
Palco da Esplanada; palco ao ar livre, montado para receber grandes shows e que desde o ano de 2002 ganhou maior infra-estrutura e novo local - ao lado do Rancho Memorial Os Independentes. Capacidade estimada para um público de 25 mil pessoas.
Rancho Memorial Os Independentes; construído em formato que homenageia a lona de um circo, em citação a primeira festa do peão realizada sob este tipo de lona, o prédio abriga o Museu em homenagem ao peão de boiadeiro de a sua história.
Rancho do Peãozinho
Especialmente desenvolvido para a garotada, o Rancho é uma atração a parte na Festa, que mostra a cultura e o folclore sertanejo em uma área de 30 mil m². Ali acontecem atividades diversas e especialmente voltadas às crianças, tais como: oficinas de arte com pintura, desenho, artesanato e teatro.
Dentro do Rancho do Peãozinho funciona também um projeto desenvolvido pela Unesp, onde os pequenos podem ver e tocar os animais da fazenda, como vaca, cavalo, pônei e carneiro, além de acompanhar toda a rotina. No ano de 2002 o Rancho do Peãozinho ganhou a atração de animais silvestres em habitat que simulam sua própria morada.
Completando a animação, a garotada participa de brincadeiras típicas da fazenda como a corrida da galinha e do leitão, montaria em carneiro, toca da coruja, passeios de pônei e a cavalo, além de gincanas com animais.
Cerca de 250 voluntários do grupo JOCUM - Jovens com uma missão, atuam no monitoramento das crianças. Um acampamento do Grupo de Escoteiros Os Independentes - com cerca de 250 integrantes - desenvolve diversas atividades como jogos, canções, exposições com diferentes tipos de fogueiras, mesas, toldos, mastros e comidas mateiras (massas recheadas, pão a caçador) preparadas pelos escoteiros.
Números Oficiais da Festa do Peão de 2005
Público..................:1 milhão e 200 mil visitas
Investimentos........:10 milhões de reais
Estacionamento......:100 mil carros nos 18 dias
Ônibus..................:1.642 nos 18 dias
Empregos..............:3,5 mil diretos e 12 mil indiretos
Origens do Rodeio
Depois de vencer a guerra contra o México no século XVII, os colonos norte-americanos acabaram adotando costumes de origem espanhola. As festas mexicanas e a doma foram o começo.Logo após veio o rodeio, originário das lidas das fazendas de gado no Centro-Oeste.
Em 1869, a cidade de Colorado sediou a primeira prova de montarias em sela, no Deer Trail. Ranchos e fazendas, em ambientes parecidos com filmes de faroeste, serviam de cenários para provas espontâneas. Comum a todos os vaqueiros tais " diversões" testavam habilidades típicas como o "bronc" que testa a montaria e o laço. Entre 1890 e 1910, o rodeio surgiu como entretenimento público, em vários eventos do Oeste, celebrações de julho e as convenções pecuárias.
O Rodeio foi reconhecido como um esporte competitivo durante as primeiras décadas do vigésimo século. Eventos anuais atraíram audiências regionais e concorrentes ao longo do Oeste. Em meados de 1920, campeonato em Boston e na Cidade de Nova Iorque estavam atraindo a atenção em um âmbito nacional para o novo esporte.
Os Promotores e os Tropeiros
O rodeio saltou de esporte de vaqueiro a entretenimento público por esforços de promotores. No espírito de empresários do Espetáculo do Oeste Selvagem estes homens viram a oportunidade de fazer do rodeio um grande evento americano.
Esta visão e a habilidade organizacional ajudaram a popularizar o rodeio, além das fronteiras americanas. Hoje, tais promotores individuais foram substituídos em grande parte por comitês locais de rodeio.
Uma parte integrante do rodeio do século vinte são os tropeiros. Eles trazem cavalos e touros que são essenciais ao esporte. Hoje, há quase cinqüenta tropeiros que provêem animais para os mais de 600 rodeios sancionados pela PRCA nos Estados Unidos a cada ano.
Modalidades do Rodeio no Brasil
Três Tambores
Com a participação apenas de mulheres, esta prova une habilidade e velocidade. Num percurso medido com exatidão três tambores são colocados numa distância mínima de quatro metros um do outro. As competidoras tem a tarefa de realizar o percurso contornando os tambores com precisão, numa seqüência estabelecida, e voltar em disparada para o local de onde saiu, brigando contra o cronômetro. A atleta parte em linha reta, contorna o primeiro tambor numa manobra de 360º graus, segue para os segundo e terceiro tambores e volta em disparada para a linha de partida. Derrubar o tambor implica em penalização de cinco segundos acrescidos ao tempo final. A competidora tem que estar em perfeita harmonia com seu cavalo para obter sucesso.
Laço em DuplaInspirado na lida das fazendas o Laço em Dupla compreende laçar um bezerro, de aproximadamente 200 quilos, no menor tempo possível. Cada laçador tem uma função definida. Enquanto o "cabeceiro" se preocupa em mirar seu laço nos chifres ou pescoço do animal, o "peseiro" cuida dos pés do bezerro, tendo a função de derruba-lo. Cordas enroladas no pito da sela, os competidores saem do boxe depois que o bezerro estourar a barreira. A conclusão da prova se dá quando o animal está completamente dominado e os dois laçadores esticam suas cordas.
Bulldogging
O Bulldogging foi introduzido no Brasil em 1988 pelos irmãos Guilherme e Henrique Prata e por Paulo José Manno, os primeiros brasileiros a praticar a modalidade em Presidente Prudente, no Estado de São Paulo. O Bulldogging é praticado por dois competidores que tem como objetivo virar e derrubar ao chão um garrote no menor espaço de tempo. Um cavaleiro cerca o animal enquanto o outro trata de agarrar seus chifres e derruba-lo à unha, literalmente. Quem fica à direita do animal faz o trabalho de esteira, cercando o boi e não deixando que ele se distancie muito. O outro cavaleiro posiciona-se do lado contrário, tendo a função de saltar do cavalo em movimento sobre o touro usando as mãos para agarrar os chifres do animal e derrubá-lo ao chão. Mais uma vez o que vale é o tempo mínimo em que tudo isso é feito, e o sincronismo entre os dois cavaleiros é essencial.
Laço do Bezerro
Outra modalidade que nasceu da lida com o gado nos ranchos foi. Quando o fazendeiro precisava marcar a bezerrada ou fazer curativos usava da habilidade do peão para "captura-los". Um laçador e seu cavalo, sincronizados e bem treinados, saem do box depois que o bezerro estoura a barreira. O competidor laça o animal em movimento, desce do cavalo, derruba o bezerro de aproximadamente 120 quilos e amarra três de suas quatro patas. Tudo isso é devidamente cronometrado, pois ganha quem realizar a tarefa completa em menor tempo. Para indicar o fim da laçada o cavaleiro, posicionado sobre o bezerro, levanta as duas mãos.
Bareback
Montaria em pêlo em cavalo originária dos Estados Unidos. Nela o competidor, na saída do brete, "marca o animal" posicionando as duas esporas, sem pontas, no pescoço do cavalo. Em seguida ele simultaneamente puxa as esporas, fazendo com que as pernas alcancem a alça do "bareback" (uma espécie de alça de couro sobre o cavalo posicionada na cernelha do animal). Esta alça é segurada com uma das mãos como ponto de apoio. A prova também tem oito segundos de montaria e neste tempo o competidor tem que ficar sobre o animal, esporeando-o, de maneira que elas corram livremente pelo pescoço do cavalo. A posição do competidor durante a montaria é quase horizontal.
Sela Americana
É o estilo de montaria em cavalos mais antigo do rodeio americano. É considerada a modalidade com o maior grau de dificuldade, pela habilidade técnica que exige do atleta. O equipamento consiste em uma sela sem pito e sem baixeiro (capa feita em tecido grosso, colocada entre a sela e o lombo do animal). Com a mão de apoio o competidor segura uma corda de aproximadamente 1,20 metros, que está ligada ao cabresto. A outra mão, chamada de "ponto de equilíbrio", não pode tocar em nenhuma parte do animal. No primeiro pulo o competidor posiciona as duas esporas, sem pontas, em sua paleta. No segundo pulo ele puxa as esporas, passa pela barriga e chega até o final da sela, na traseira do cavalo.
Cutiano
Estilo tipicamente brasileiro de realizar a montaria. Nesta modalidade o atleta fica sobre o cavalo por oito segundos, a contar da saída do brete. É caracterizado pela falta de apoio do competidor resistindo aos sacolejos dos pulos do animal com apenas o uso de uma das duas cordas, amarradas à peiteira do cavalo. Apesar de ser nacional o estilo cutiano de rodeio resiste ao tempo e é visto com muito respeito por atletas internacionais. Faz parte do equipamento um arreio (assento feito de couro), baixeiro, peiteira e rédeas com duas canas (tiras de corda que o atleta segura com uma das mãos). No primeiro pulo o competidor posiciona as esporas, sem pontas, no pescoço, acima da paleta do cavalo. A partir do segundo pulo, as esporas devem ser puxadas para trás.
Montaria em TouroIntroduzida nos rodeios brasileiros na década de 80 a montaria em touros é grande atração nas arenas do mundo. Na montaria em touros é usada a chamada corda americana com polacos (sinos). O atleta tem que, obrigatoriamente, usar luva de couro na mão que segura a corda e coletes de segurança, com uso opcional de capacetes, para evitar acidentes. A montaria em touros exige coragem, equilíbrio, flexibilidade, coordenação e reflexo. Nela o atleta só pode usar uma das mãos para manter-se em cima do animal, durante os oito segundos exigidos pelo regulamento. Se encostar a mão erguida (mão de equilíbrio) em qualquer parte do corpo ou do animal, a nota do competidor será zero. O equipamento consiste em uma corda - conhecida como corda americana (feita de nylon ou rami/fibra vegetal) - que é trançada manualmente e possui alça em que uma das mãos encontra apoio. Esta mesma mão é envolvida pela corda por sua extremidade mais fina, onde o competidor faz o ajuste para ter mais firmeza. O peso do animal pode ultrapassar aos 900 quilos.
Team Penning
Team Penning é modalidade western que mais cresce no Brasil. A prova é realizada em uma pista de tamanho variável e 3 cavaleiros. O trio deve apartar três bezerros, em um lote de 30, numerados de 0 a 9. estes três bezerros escolhidos pelo juiz, devem ser colocados em um curral localizado dentro da pista num tempo máximo de 2 minutos. Vence o trio que realizar a tarefa no menor tempo, pois necessita de táticas e combinações de apartar os bezerros entre o trio participante. As provas geralmente são composta por pai, mãe e filhos. É uma forma de reunir amigos.